quinta-feira, 6 de outubro de 2011
UM DESESTÍMULO (IN)DIRETO
A retirada do programa "Linha Direta" do ar desde 2008 foi uma atitude contestável da parte da nova diretoria da Rede Globo e de prejuízo à sociedade brasileira.
O formato da emissão compreendia um crime que era dramatizado e, ao final, convocava-se o telespectador, caso tivesse informações sobre o paradeiro do criminoso foragido responsável pelo crime mostrado e outros, a denunciá-lo.
Por um lado, o televisivo colocava o foco no crime, o que, em si, é algo, até certo ponto, condenável, já que, implicitamente, ensina-se que para aparecer na sociedade é preciso cometer o que é moralmente errado, afinal, aquele cometeu o crime ganha mais espaço na mídia.
Entretanto, a importância do programa residia no fato de acostumar a sociedade ao valor da denúncia, o que, em si, é um dever do cidadão. Ao convocar à denúncia, por parte do espectador, este se via integrado com o programa e incentivado a agir socialmente através daquela.
Quando seu ex-apresentador, Domingos Meirelles, esteve em Foz do Iguaçu, o procurei para falar sobre o assunto e este aludiu para o fato de que nos Estados Unidos este tipo de emissão televisiva é comum, país onde a denúncia não é vista como uma delação e sim como um dever e um direito, situação contrária à do brasileiro.
Na deste, fazer uma demúncia é ser um "dedo duro" e como o brasileiro, naturalmente, tenta sempre evitar o "conflito", enganado por essa falsa noção, acaba saindo prejudicado por não cumprir com sua obrigação e não exigir seus direitos. Nesse panorama é que a reitrada do ar do "Linha Direta" foi um erro, já que, justamente, incentivava o telespectador a agir ativamente, a ter uma postura engajada.
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