quinta-feira, 13 de outubro de 2011
FRAGILIDADE... ANIMAL... (?)
Uma de minhas cadelas, Meimei, tem uma mudança repentina de comportamento. Geralmente hiperativa, ela passa a se comportar de forma depressiva (moleza e sono prolongados). Sem comer, sem beber, emagrece rapidamente. Ela começa a salivar... Vomitar... Passa a se acomodar em cantos, atrás de móveis... A primeira hipótese: raiva.
Como tenho duas cadelas, o temor é grande. Cristal, a outra cadela, prenha, por sinal, pode ser contaminada.
Porém, com o computador à mãos, pesquiso sobre as doenças caninas mais frequentes. Suspeito de ser Lyme, pois, na semana retrasada seu irmão, o cão Lipe, foi trazido até minha casa para brincar com ela. Sua dona conta que ele está repleto de carrapatos. Resultado: encontro carrapatos em Meimei e Cristal. Eu os havia tirado e matado, entrando arriscadamente em contato com o sangue do carrapatos. Mas, nada aconteceu. A doença Lyme é transmitida pela mordida do dito aracnídio. Foi assim que a estrela Thalia foi acometida pela enfermidade que quase a levou à morte. Ela afeta o SNC (sistema nervoso central).
Por que estaria Meimei com Lyme? A depressão que pude observar nela me levou a pensar nisso...
A hipótese de raiva é expressiva, pois pude observá-la discretamente depois de colocar água para que Meimei bebesse; ela não conseguia. Sendo Hidrofobia o nome da raiva, essa possibilidade se torna quase uma certeza, ainda mais depois de ler que o animal não necessariamente pode apresentar comportamento agressivo, já que existem basicamente dois tipos de raiva; um em que o animal se mostra de forma agressiva e outra que conduz à paralisia. Nesta segunda, uma prostração (a tal da moleza) é notável (o caso da minha adorável Meimei).
Leio sugestões num fórum e a maioria delas apontam para a necessidade de procura de um veterinário. O temor de contágio humano reforça essa necessidade. Minha mãe aponta para a impossibilidade de uma consulta frente aos preços que, geralmente, são altos: o meu contexto atual, de classe C, e de muitos vestibulares no mês que vem vai requerer muitos gastos, o que inviabiliza essa consulta. Minha mãe aparenta estar perturbada com a sugestão de consultar a cadela com um veterinário, o que se nota quando ela me pergunta: o veterinário ou os vestibulares?
Meu pai e minha mãe criam uma atmosfera de otimismo frente à doença, tentando descartar raiva - mesmo depois de verem nas buscas via NET que os acometidos por raiva não necessariamente apresentam agressividade. Eles tentam se mostrar convencidos de que se Meimei estivesse com raiva, estaria violenta.
De repente, ela tem uma diarreia profusa. Extremamente fétida, ela aponta para apenas uma doença provável; parvovirose.
Ela já perdeu muita água hoje, através dos vômitos e da diarreia recente. Sobre a doença Parvovirose, os sintomas estão todos presentes em Meimei; anorexia (ela para de comer), perda de apetite, vômitos e diarreias intensas...
Tento, com ajuda de meu pai, introduzir à força um soro. Não sei como lidar com seringas e nem tenho uma casa... Meimei é jovem e ainda não foi vacinada pelos "mutirões" de vacinação do Centro de Zoonoses que passam de casa em casa, atendendo "à demanda".
Pesquiso mais sobre a doença - não restam dúvidas de que se trata de Parvovirose... Cada informação que leio é devastadora para mim. Delas, só uma conclusão, que nem precisaria de muita pesquisa para se chegar a ela: Meimei está sofrendo - o pior de tudo. O vírus está atacando e destruindo as células da mucosa interna do intestino.
Sobre o que Meimei ainda poderá sofrer, prefiro não comentar, pois não se trata de fatos, apenas de especulações que podem causar mais sofrimento, que, de repente, seriam inúteis.
O tratamento consiste em tentar mantê-la viva até seu organismo criar anticorpos que a protejam. Minha mãe me diz que ela sobrevevirá - acredito que é um artifício dela para não se sentir afetada e não ter que agir. Meimei precisa de uma dose intravenosa de soro, para compensar a água perdida o desequilíbrio salino. Precisa de remédios cicatrizantes para as perdas que o intestino está sofrendo.
Você pode seguramente dizer que se trata de alguma vitimização. Mas, é inevitável pensar que se eu fosse de uma classe social mais abastada, B ou A, a angústia já seria parcialmente resolvida; eu estaria na clínica, onde Meimei estaria internada e teria altas chances de sobreviver. Nas condições em que está, prefiro lembrar que o futuro é imprevisível. Que, como Hume dissera, a relação causa e efeito é nada mais que um produto do hábito e não necessariamente da verdade. Prefiro acreditar que a "probabilidade" sempre apresenta uma margem de erro para prever o futuro... que no caso da Meimei, a "lógica" vai falhar...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário