terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A PUC-SP E OS PARADOXOS DE SUA IMAGEM (PUC-SP and its paradoxical face)

Mensagem num muro das imediações da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Nas universidades, os campi têm como função servir de “casa” para a ciência, como diz a professora Gisele Batista, formada em Letras pela UFAM. Alguns são térreos, outros com edifícios altos, alguns na floresta e outros bem no coração da cidade. Dos que visitei, confesso que o câmpus PUC-SP
Monte Alegre foi o que mais me impressionou, pelas sensações que ele proporciona.
Visitar suas instalações no bairro Perdizes, na capital paulista, é mais do que voltar ao passado; é revivê-lo. A estrutura da universidade é bastante velha, o que, por um lado, é aceitável, pois se trata de uma instituição de mais de 65 anos de existência. Por outro, surpreende por ser uma universidade particular, com mensalidades bastante altas. Espera-se que esse tipo de instituição tenha instalações modernas. Isso pode ser tanto um bom sinal, o de que a PUC-SP tem outras prioridades, como pagar bem os professores, como também pode ser um mau indicador; a própria casa da Ciência está descuidada... Abandonada? Um reflexo de uma postura que pode se repetir com outros setores?
Cadeiras velhas com pedaços de tecido rasgado, pedaços do piso de madeira faltando e algumas lâmpadas em mal funcionamento são detalhes que se contrapõem à impressão obtida em alguns de seus espaços ou os complementam. Lembro-me que em um deles, o de uma escada do prédio mais velho, próximo da parte da reitoria, tive a sensação de estar no tempo da ditadura militar; uma escada que se assemelhava àquela na qual sobe Patrícia Pillar para falar com policiais da prisão sobre seu filho em “Zuzu Angel”. Outros locais lembram o Memorial da Resistência na parte que foi conservado o presídio político... Uma sensação de solidão e repressão...
Esse conjunto de sentimentos é aguçado quando se vê o espírito reativo dos alunos expresso nas paredes do prédio mais novo, de frente para o mais velho. Mensagens como “A PUC é racista” e de variados tipos surpreendem pelo fato de a universidade não as ter apagado. Isso mostra um respeito da PUC-SP pela liberdade de expressão. Pedi autorização a ela para fotografar essas mensagens e os outros espaços do câmpus, para compor este texto.
Nesse momento, uma certa confusão é montada, pois me levaram a setores de imprensa, sendo que eu não era da imprensa. Só depois me direcionaram para o lugar certo. Foi aí que vi concretamente a valorização recebida pelo professor na instituição. Para tirar fotos dali, bastava um deles me autorizar. Tentei falar com um deles. Ele é assessor da Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias da PUC-SP e, porventura, professor de Comunicação Social, Prof. Mario Augusto de Souza Fontes. Ele estava ao telefone e um pouco depois veio falar comigo. Depois de muita insistência minha e explicações de minhas intenções com as fotos, ele me aconselhou a enviá-lo um e-mail com um texto de mais ou menos dois parágrafos sobre quem sou eu, o que é blog que escrevo e o que faria com as fotos.
Foi o que fiz no começo da manhã do dia seguinte, mas nenhuma resposta veio prontamente. Enviei o primeiro e-mail no dia primeiro de fevereiro. Como nenhuma resposta chegou, enviei outro, já no dia 15. Finalmente me responderam; entretanto, só fizeram perguntas que eu já havia respondido. Contudo, as respondi novamente. A secretária do e-mail que me fora fornecido, na mensagem, diz ter repassado o que eu escrevera aos professores responsáveis e que eu receberia um parecer deles em até 48 horas. Só depois de mais três e-mail meus e quase 240 horas disseram-me um “sim” ou “não”. No caso, foi um não: “(...) não está autorizada a cessão de fotos na Universidade (...)”.
Deixar os estudantes se expressarem, não apagando suas mensagens e depois não permitir que elas fossem mostradas aqui me parece contraditório, afinal, também sou um estudante. Eu estava cumprindo uma função social, a de transmitir sensações e conhecimento.

In the universities, its buildings have to be the science home, as said by the Portuguese teacher Gisele Batista, graduated by the UFAM (the Federal University of Amazonas). Some buildings are reduced and others are enormous. Some of them are tall and others short. Some in the forest, others in the downtown. Among those ones I have visited, I confess that the main campus from PUC-São Paulo is the one that has impressed me the most, due to the feelings it provides.
To visit the campus from Perdizes (a region from São Paulo city) is more than come back to the pass; it is live it again. The university structure is very old, something that is acceptable; PUC-SP existes since 1946. On the other hand, that is something surprising; it is a private institution, something that makes us think that modernity would be the principle of all the physical structure. It can be a good sign, that this university has other priorities, such as to pay consistently its teachers. It can also be a bad sign if we think that if the Science home is careless, what can we expect from the others sectors?
Old chairs with damaged material, pieces of deck out from their place and some lamps in bad operation are some details that are opposite to the impression got in other spaces from that institution or, maybe, that complement it. I remember that in one of the spaces I had the sensation of being in the Dictatorship episodes from Brazil history. It was in some stairs near the rectory. That time, the scene that Patrícia Pillar goes up the ladder from the prison to talk with the police about her son came at my mind. Other places there reminded me the Memorial da Resistência, in São Paulo, a museum that in the past was used as a prison for those ones who challenged the "order" in the Militar Dictatorship. I felt alone and restrained in that obscure and cold space.
This amount of feelings is intensified when we see the reactive spirit from the students refleted on the older building walls. Messages like "PUC is a racist university" get us surprised for the fact that the institution did not decide to erase them. So, I asked an authorization to photograph them and other parts from the campus, to compound this text.
In that moment, people started to behave in a confused way; they led me to talk with the press sector and I was not from the press. After that, I was led to the "right" place. That time I could observe specifically the way teachers are faced at PUC; they are understood as the maximum authorities. I had tried to talk to one of them. He is from the Pro-Rectory of Culture and Comunity Relations and coincidentally a teacher of Social Communication; he is teacher Mario Augusto de Souza Fontes. He was calling someone e after some time he came to talk to me. I had insisted a lot explaining my intentions with those photos and he advised me to send him an e-mail with a text of approximately two paragraphs saying who I am and where the text would be published. 
That is exactly what I did the next morning. I sended the first e-mail on February 1st. As any answer came. So, I did it again on February 15th. Finally, they "answered" me, making questions about things I had said yet. Nevertheless, I answered them again. The secretary from the e-mail given to me said, on the message, that I would receive an answer in 48 hours. Only after three e-mails I have sended to her and after almost 240 hours I received a "no": "(...) you are not authorized to take photos on the University (...)".
On my opinion, let the students express themselves, not erasing their messages and after not permit that they are exhibited here is something contraditory. I am a studant. I was establishing a social function; to transmit feelings and knowledge... A paper that they should have understood better than me.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

PARADOXOS DA ATENÇÃO (Attention paradoxes)

Crédito: Blog da Mythos.
A cobertura de Lindemberg é integral. Mas, a de Nicolélis, nem sinal. É em situações como essa, a da grande repercussão do julgamento do "maior" sequestrador da história do país, que nos deparamos com os reais valores da sociedade. Nesse panorama, quem faz o mal ganha mais atenção - senão toda ela.
Em entrevista a Marília Gabriela, a psicóloga Lígia Aratangi atesta para o perigo dessa postura social. Segundo ela, dessa forma, a sociedade acaba sendo ensinada que praticando o mal, será o foco da mídia. E se tratando de tempos em que o desejo de fama e atenção é quase uma regra entre as pessoas, não fica tão difícil entender o porque de "grandes" mensagens ou manifestos serem deixados por assassinos, depois que estes se suicidam ou cometem massacres, como o caso de Wellington de Oliveira, do massacre de Realengo, ou de Breivik, do de Utoya. Eles querem destaque, ser lembrados como heróis, ficarem como mártires. 
Durante o julgamento de Lindemberg, Nayara afirmou que o réu se orgulhava quando via o estardalhaço feito em torno de seu caso. São exemplos de elementos que evocam a promoção. Nas palavras da juíza Milena Dias, o crime fora cometido por EGOÍSMO e ORGULHO. Resultado: todo o enfoque dado na sociedade vira um meio de vazão para esses anseios.
É certo que talvez, se não fosse esse meio, encontrariam outro para extravazar a brutalidade que são. No entanto, fica aberto o espaço para a discussão sobre aquilo que a sociedade dá mais importância. Vê-se que aquilo que envolve uma história com altos e baixos, que evoque muita emoção, como uma novela, é o que mais rende audiência.
Segundo uma antrópologa que procurei no ano passado para falar sobre essa tendência que as pessoas têm pelo gosto da tragédia, ela me disse que isso pode acontecer dessa forma porque o cérebro tende a "gostar" das situações em que possa analisar contextos que um dia venha a vivenciar. Desse modo, ele já terá uma saída para quando o problema, de fato, acontecer na vida real.
Contudo, o ser humano não é um escravo de sua natureza, pois, como dissera Jean-Paul Sartre, ele é um "eterno projeto". Isto significa que ele sempre pode modificar-se e, neste caso, é o que ele deve fazer, reavaliar seus conceitos sobre aquilo que deve dar mais importância e aquilo que deve dar menos. Se a advogada Ana Lúcia Assad estava certa sobre o fato de a sociedade e a imprensa terem tido culpa no desfecho do caso Eloá, pode ser que sim... Mas, diferente de Lindemberg, ainda sob a luz de Sartre, a sociedade não está condenada. Se a atenção é dada para aqueles que matam, a sociedade está fomentando sua própria morte.

The Brazilian press focuses on Lindemberg and nothing is reserved for Nicolélis. That is a situation in which we see what kind of values our society has. The evil receives more attention... But, in some cases, it receives all of it.
In an interview to Marília Gabriela, the psychologist Lígia Aratangi reminds us the danger that is in this way of dealing with the reality. As she says, this way, the society is taught that behaving bad, it will be focused by the press. Nowadays, the fame and the attention desire is almost a rule between people, in general. So, it is not so difficult to understand why the "big" messages or manifests are left by muderers, after they pratice their crimes or suicide themselves, like Wellington de Oliveira case, from the Realengo massacre, or like Breivik, from Utoya one. They want to be remembered, the most commented, to "rest" as martyrs.
During the jugdement from Lindemberg, Nayara affirmed that he got proud when he saw the repercussion the kidnapping he was producing was given. Those are examples of elements that evoke promotion. In the words from the judge Milena Dias, the crime were committed by SELFISHNESS and LORDLINESS. As a result of this, the press is used as a vehicle to make possible the fluid of their desires.
Maybe, if it was not this vehicle, they would find another one to reveal their brutalities. Nevertheless, that is a situation to discuss about what society gives more importance. We can see that what involves so much emotion, as soap opera, catches the audience.
As said by an anthropologue I have made some questions about the tendence people have to love tragedy, it can be explained by the fact the brain tends to "like" situations in what it can analise contexts that one day it can face. This way, it will "have" a solution when the problem actually happens to the person.
However, the human being is not a nature slave. As said by Jean-Paul Sartre, the human being is an eternal project. It means that she/he will always be able to modify herself/himself. In this case, that is exactly what must be done; to rethink about what deserves more attention and what does not. If the lawyer Ana Lúcia Assad was right about the guilt that the press and the society shares with Lindemberg related to the murder of Eloá, it can be... But, remembering of what said Sartre, differently from Lindemberg, the society is not condemned. If the attention is given to those who kill, the society will be promoting is own death.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

CAMINHOS CIRCULARES: TALENTO E AUTODESTRUIÇÃO (Caminando en círculos: talento y autodestrucción/Coming back at the same point: talent and death)

Whitney Houston. Crédito: Patrick Demarchelier.

No dia em que fez um ano que o Egito derrubou do poder um ditador, alguém que já caíra dele há muito tempo, calou-se para sempre. Whitney Houston reflete o paradoxo do mundo artístico; nos palcos, a construção de um algo belo e ideal, de um personagem. Nos bastidores, a desconstrução.
Estar rodeado de fãs, diante de muitos deles e, na verdade, não ter ninguém é uma sensação que assola muitos famosos. Viagens constantes muitas vezes prejudicam o estabelecimento de relações duradouras. No caso de turnês, não é diferente e, inevitavelmente, a solidão acaba batendo à porta. Longe dos pais, cônjuges, amigos, a sensação de estar só é um chamarisco para tentar o novo; tentar aquilo que o faça esquecer e fugir dessa situação desconfortável. É uma brecha para a entrada das drogas. Whitney confessou o abuso de cocaína, maconha e pílulas, além de uma conturbada relação com seu marido.
Neste ponto, ela se conecta com "a eterna promessa", como a denominou a revista "Veja", Amy Winehouse. Influenciada pelo marido, Blake, a cantora inglesa caiu no vício e não retornou mais. A deterioração nos últimos anos de sua carreira foi em direção à morte, assim como a de Houston. Sem novos discos - o de Amy não fora lançado pela gravadora, pelo fato de esta considerar muito sombrio o que Amy havia preparado, com apresentações que se resumiam ao fiasco e às vaias, davam alguns sinais de possível recuperação... Mas, nada de efetivo.
Em meio a esses contextos, de solidão, de fundo de poço, a função da arte fica evidente e mortal ao mesmo tempo; dar vazão às emoções. É uma necessidade do homem... Entretanto, se ele não enxerga como, encontrará um jeito de fazê-lo. Talvez seja por isso que a droga é uma constante na carreira de artistas tão talentosos. Muito tempo para a arte, pouco tempo para si, para encontrar-se. No programa "Buenafuente", a cantora espanhola Bebe, revelou ter se afastado por alguns anos depois do sucesso do hit "Malo", para ter um momento consigo mesma. Vi como algo de tamanho equilíbrio e maturidade, o que, contudo, a maioria das pessoas não é dotada.
Como conseguir levantar de um tropeço? Sabendo-o fazer, o que se consegue com uma base psicológica forte ou com um "insight" resultante de um grande choque ou de uma grande revelação. É preciso construir um ser humano forte a ponto de resistir quando a oferta dos entorpecentes aperecer. Os fracassos e a sensação de solidão são inevitáveis... Mas, saber que é hora de parar um pouco, para se encontrar, seja uma rotina de shows e produções, seja um relacionamento que apenas intoxica, está ao alcance de todos, seja por si só, seja por conselhos de outros. Isto, para que não se busque atalhos para a felicidade, soluções ilusórias, caminhos que voltam para o mesmo lugar.

En el día en que hizo un año que Egipto le sacó el poder a Hosni Mubarak, alguién que ya cayera hace mucho tiempo se calló para siempre. Whitney Houston es un ejemplo del paradojo que es el mundo artístico; en los escenarios, la construcción de algo bello y deal, de un personaje. Detrás de ellos, la descontrucción.
Estar rodeado de fanáticos, delante de muchos de ellos y, en la verdad, sentir que no hay nadie cerca es una sensación que persigue muchos famosos. Viajes constantes muchas veces perjudican la consolidación de relaciones que duran. En el caso de los tours, no es diferente y, inevitablemente, la soledad siempre aparece. Lejos de sus padres, compañeros amorosos, amigos, la sensación de estar solo es una oportunidad para intentar lo nuevo, intentar algo que le saque del incómodo, que lo haga olvidarse de su situación. ¡Sean bienvenidos al mundo de las drogas!
Whitney Houston confesó haber abusado de la marijuana, de la cocaína y de pílulas, además de su instable relación con su marido. En ese punto, ella se asemeja a la cantante intitulada por la revista brasileña "Veja", Amy Winehouse. Por influéncia de su marido, Blake, la cantante inglesa se volvió una adicta y de eso nunca más volvió. La deterioración en los últimos años de su carrera fué hacia la muerte, como la de Houston. Sin nuevos discos - lo de que Amy había preparado fue rechazado por su disquera, por considerarlo como demasiado sombrío, las presentaciones que siguieron en los últimos tiempos se volvieron en un verdadero fracaso. A pesar de señales de recuperación, nada cambió efectivamente.
En eses contextos, de soledad, la función del arte queda evidente y mortal al mismo tiempo; construir un flujo para las emociones. Es una necesidad del hombre... Sin embargo, si él no vé cómo, encontrará un medio de hacerlo. Quizás sea por eso que la droga es una constante en las historias de artistas tan talentosos. Mucho tiempo para el arte, poco tiempo para si, para encontrarse. El en programa "Buenafuente", la cantante española Bebe, reveló haberse afastado por algunos años para tener un tiempo consigo misma. Lo vi como algo verdaderamente maduro y equilibrado, lo que desgraciadamente falta a mucha gente.
Como conseguir levantarse de un tropiezo? Sabiéndolo hacer, lo que se consigue con una base psicológica fuerte o con un "insight" resultante de un gran choque o de una gran revelación. Construir un ser humano fuerte a punto de resistir cuando le ofrecen los entorpecientes es necesario. Los fracasos y la sensación de soledad son inevitables... Pero, saber que es hora de parar un poco, para encontrarse, sea una rutina muy de conciertos y producciones, sea una relación amorosa que tan solo intoxica, está al alcance de todos, sea algo que se hace solo o algo en que se és aconsejado por álguien. Eso para que no se busque atajos para la felicidad, soluciones ilusorias, caminos que vuelven para el mismo lugar.

One year after the day that Hosni Mubarak was taken out from the power of Egipt, someone that had lost it so much more time ago left her existence. Whitney Houston reflects the paradox that compounds the artistic world; in the scenes, the construction of a beautiful and ideal character. Behind them, its deconstruction.
To be rounded by many of fans and feeling alone at the same time is a sensation that many famous people have. Constant trips make trouble to consolidate social relations, so many times. In the tours case, it is not different and the loneliness arrives at his/her lifes. Feeling like that is an opportunity to try something that makes forget it or get out of this, it does not mind if it is just temporary; welcome to the drugs world.
Whitney Houston confessed to have abused of marijuana, cocaine and pills, besides having an instable relation with her husband. At this point, her life is similar to the Amy´s. Influenced by Blake, her "man", the british singer got adicted and had not come back from this anymore. The deterioration in the last years from her carrier has been in collision with the death, like Houston´s life. Without new albums - the Amy´s has not been released because her label has considered it too obscure, the last presentations have become something disastrous. Sometimes, both gave signs of recuperation, but anything consistent.
In cases like that, the loneliness, the art fonction gets clear and lethal at the same time; to build a way so emotion could pass through it. It is a human necessity... Nevertheless, if she/he does not see how to do it, that person will find a way to do so. Perhaps, that is the way drugs enter in the lifes of so talented people. So much time to the art, so little time to her/him. In "Buenafuente", the Spanish singer Bebe, she revealed to have "disappeared" during some years after the sucess from the hit "Malo" due to the intention of being alone with herself. I can see it as a balanced actitude, something that so many people lacks, however.
How to get up after a down? Knowing how to do so, something that can be reached through a strong psychological base or through an insight. An insight that is a result from a big shock or a big revelation. It is necessary to construct a human being able to resist when dangerous or lethal opportunities appear. Fail or loneliness are unavoidable... But, to know that is the time to stop a pop routine or a relationship that only intoxicate is crucial and can be reached by almost everybody, even if it is done by advice from other people. That is interesting in order to avoid taking shortcuts to the happiness, illusory solutions or ways that lead people to the same point they got out.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

À BORRA DO CAFÉ...

Ler cala. Ler faz com que nos calemos. Se alguém te irrita, não mande que se cale, dê-lhe leitura.

Leer hace que nos callemos. Si alguién te pone nerviosa (o), no le digas que se calle, dále lectura.

Reading makes us make silence. If someone gets you irritated, give her/him something to read.

Lire fait que nous fermons la bouche. Si quelqu´un dit ce que ne te fait pas bien, donne la lecture à lui.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

BASHAR, SERVO DA TIRANIA


Rússia e China vetaram os planos de intervenção na Síria no Conselho de Segurança da ONU, o qual visava à detenção da matança que acontece no país há mais de 10 meses, oriunda da repressão do governo sírio aos manifestantes. Diante desse panorama, a revolta é inevitável, assim como as dúvidas. Como defender uma ideologia que, na prática, não ajuda em nada a resolver a guerra civil que o país vive? Por que aderir a ideologias que acabam cercando a população, limitando as ações de uma instituição que foi criada visando promover a paz mundial? O que se passa na mente de alguém com atos tão perversos como Bashar?
Protestos reivindicando reformas democráticas no país começaram há quase um ano. Entretanto, Bashar al-Assad, há quase 12 no poder, frustrou a população com a inconcretude de suas promessas. Ele é acusado de promover o massacre que dura no país desde o início do levante.
Uma das primeiras dúvidas é quanto à "couraça" que parece estar sobre as ações da ONU frente a toda essa situação. Por que uma atitude não fora antes tomada, assim como a invasão na Líbia? A resposta pode estar no exército. A Líbia tinha um exército fraco e instável, ao contrário da Síria. Além do mais, a Síria está numa posição geográfica estrategicamente mais interessante do que aquela que a Líbia dispõe. A relação que a Líbia tinha com a Europa era muito mais estreita do que aquela tida com a Síria, o que dificulta as relações de punição, pois a Líbia serviria como uma subordinada, ao contrário da Síria. Entretanto, a incerteza continua quando se leva em conta que a própria Liga Árabe solicitou a invasão à Síria. O que estariam tramando China e Rússia ao vetar a intervenção da ONU no país? Os dois países alegam terem tomado essa atitude por considerarem que o problema da Síria é algo interno e que, portanto, não deve sofrer influências externas para sua resolução, o que parece político demais pra ser geopolítico.
Enquanto isso, mais de 6 mil pessoas foram mortas, segundo fontes. E o que se passa na mente de Bashar? Para tentar especular a respeito da compreensão sobre o que guia as atitudes de alguém assim, pode-se tomar pode base o "Discurso da Servidão Voluntária", de Étienne de la Boétie. Na referida obra, afirma-se que aqueles que herdam o poder de um tirano - caso de Bashar, que herdou o poder do pai, visualizam na população "a servidão", que é dever dela. Essa seria uma explicação que apontaria para a "dificuldade de percepção" desse tipo de indivíduo para enxergar a posição do outro. Mas, jamais poderia justificá-la, por mais que o vilão tenha crescido numa redoma ou numa torre de marfim. O mau caráter e o egoísmo seguramente são as peças chaves dessa questão.
Os países da ONU dizem que vão intensificar as sanções contra a Síria, mas a indignação resultante de toda essa situação dá sinais de que vai continuar frente à impotência que parece predominar nos órgãos mundiais de proteção à humanidade. Nesse vai-e-vem, mais famílias estão conhecendo a dor da morte. Direitos humanos são feridos a todo tempo e estão se valendo deles próprios para permitir que sejam atacados. Recorrendo novamente a de La Boétie, na mente de um tirano, nada pode ser mais precioso do que descarregar sua insatisfação em toda uma população de "súditos", tentando perpetuar a sensação de servidão em que está preso. No caso de Bashar, um servo da tirania.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

PENSAMENTOS RÁPIDOS...

A importância da perda...
Perder é se deparar com a saída da zona de conforto... O chegar a pensar em: por que perdi? Como poderia ter evitado a perda? Será que o sofrimento que carrego agora com a perda equivale ao tamanho que ela deveria ter?
Reavaliar conceitos de vida. Perder é obrigar-se a buscar outras alternativas e pensar em novas possibilidades. O mundo é mutante, o homem é um animal móvel! Portanto, a monotonia é contra sua própria natureza. Por mais que se pense em persistir na mesma linha de vida, o daí em diante nunca será o mesmo; pois, já haverá a noção de como aquilo deu errado e haverá um pensamento que justifique a persistência naquela tecla. De qualquer forma, pensou-se algo novo, pois no pensamento que embasou a primeira atitude, aquela experiência de "fracasso" não existia. Se houve persistência, é porque algo mudou e, quem sabe, evoluiu.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AS BRASILEIRAS: A SILHUETA DO BRASIL (El cuerpo de Brasil)

Juliana Paes interpreta "A Justiceira de Olinda" em "As Brasileiras", da TV Globo.

Estreou na noite de ontem, na TV Globo, a série "As Brasileiras". Inspirado pelo sucesso de "As Cariocas", também criação de Daniel Filho, a produção se passa em cada episódio em um destino brasileiro diferente, com uma heroína diferente. O primeiro capítulo, "A Justiceira de Olinda", protagonizado por Juliana Paes, trouxe com muito humor a possibilidade de enxergar de forma crítica e satírica hábitos do povo e das vilas do Brasil.
Protagonizar uma heroína é um desafio para qualquer indivíduo do ramo da atuação, ainda mais se ela for nordestina, pois além do desafio de ter que prender a atenção e admiração do telespectador, por ser a protagonista, há a necessidade de incorporar o sotaque para que o espectador consiga visualizar a personagem, não apenas a sua fala. Nesse sentido, Juliana Paes conseguiu cumprir sua tarefa; convenceu como pernambucana "arretada".
Sua personagem é mostrada como uma mulher de atitudes fortes, que, ao suspeitar da traição do marido e ver cenas duvidosas dele com outra mulher, mais tarde, decide tomar uma medida drástica: ela resolve "capá-lo" - arrancar o pênis do marido com uma faca. Um referencial de coragem? Pode até ser. O que ocorreu, na verdade, é que ele estava preparando uma festa surpresa para ela, junto com a mulher com quem estava.
Com isso, vê-se que a atitude que tomou foi precipitada e drástica demais, o que alude possivelmente para a irracionalidade da brasileira, que acaba cometendo absurdos. É no auge das emoções que ela resolve tomar uma atitude, ao invés de fazer isso quando estivesse mais sóbria.
A angústia e expectativa, tanto das personagens quanto dos telespectadores, seguem juntas a partir do que ocorre daí em diante. Ocorre uma sucessão de "perrengues" para levar o homem até o hospital. A angústia se justifica pelos seguintes questionamentos: ele perderá o pênis? Caso não, ele terá ereções? Poderá ter filhos (o sonho da personagem de Juliana Paes)? A história passa a se desenvolver em torno de um pênis. De fato, é uma questão incrustrada na mente do homem brasileiro, é um símbolo de virilidade, centro de conversas femininas... O que vem a causar uma pressão social infundada que traz sofrimento a muitos homens - leia-se sentir uma angústia gerada na série por causa de um pênis...
Ao chegar do hospital com a mulher, todos na vila comentam sobre os dois e olham para eles, o que representa com fidelidade os buxixos do povo brasileiro... Somado às chacotas de crianças e adultos. "Vão procurar um emprego", fala da Justiceira, reflete o grau de desocupação das pessoas.
O final do capítulo acaba satirizando a fonte de felicidade das pessoas... O final feliz é um pênis muito maior do que aquele que o marido dela tinha antes. É que na cirurgia de "costura", o médico acabou colocando o pênis de um homem negro no lugar daquele decepado do personagem de Marcos Palmeira.
Se a intenção do autor foi trazer uma produção crítica, ela foi bem sucedida. Se não foi, a obra continua sendo de importância, para servir como um espelho. O estilo de humor de "As Brasileiras" remonta ao passado: os autos - produções teatrias de estilo cômico, através do qual o público ri, mesmo sem perceber, de seus próprios atos, hábitos e costumes. Dessa forma, implanta-se na mente do brasileiro um reflexo de como ele se comporta, o que acaba preparando-o para um "insight", preparando implicitamente sua mente para analisar suas atitudes e reavaliar seus conceitos de vida, suas fontes de fidelidade e quem sabe construir um dia uma personalidade de valores consistentes.

Estrenó anoche, por TV Globo, la série "As Brasileiras" (Las Brasileñas). La inspiración en producirla vino del éxito de "As Cariocas", série brasileña con el mismo formato. La producción tiene en cada capítulo un paisage distinto de Brasil, con una heroína diferente. En el primer capítulo, "A Justiceira de Olinda" (La justiciera de Olinda), protagonizado por Juliana Paes, trajo con mucho humor una visión crítica, satírica y fiel en relación a los hábitos del pueblo de Brasil.
Protagonizar una heroína es un reto para cualquier persona de la actuación, un reto aún más grande si ella es una mujer del nordeste, pues además de tener la tarefa de concentrar la atención y la admiración del público por ser la que protagoniza, hay la necesidad de interpretar bien el acento de modo que los espectadores puedan ver el personaje y no tan solo su habla. En ese sentido, Juliana Paes tuvo como fenómenal su tarefa; convinció como mujer del Pernambuco, como se dice en Brasil, "arretada".
Su personaje es enseñada como alguien de actitudes fuertes, que, al sospechar de la traición del marido y ver escenas dudosas de él con una mujer, más tarde, decide tomar una medida drástica: ella resuelve sacarle en pene de su marido con un cuchillo. Puede ser eso un referencial de coraje? Quizás... Pero, lo que sorprende de verdad es el grado de crítica que se puede ver en esa escena. Lo que, de verdad, ocurrió es que él estava preparando una fiesta sorpresa para ella, junto a la mujer con quién fue visto por su mujer.
Con eso, se puede ver que la actitud que tomó su mujer fue exagerada y demasiado drástica, lo que puede servir como una alusión a la irracionalidad de la brasileña. En el punto más alto de las emociones, ella resuelve tomar una actitud, cuando podría hacerlo en el momento en que estuviese más sóbria.
La angústia y la expectativa, en tanto de los personajes cuanto a los telespectadores, siguen juntas a partir de lo que ocurre ahí. Una série de eventos desafortunados ocurre para llevar ese hombre al hospital. La angústia se justifica por algunos cuestionamentos como: perderá él su pene? Caso no, tendrá él erecciones? Podrá tener hijos (el sueño del personaje de Juliana Paes)? Como se puede ver, otra visión crítica en relación al hombre brasileño, sobre el símbolo de virilidad. El centro de algunas charlas femeninas... Lo que viene causar una presión social sin sentido, lo que trae sufrimiento a muchos hombres - eso es reflectido en "As Brasileiras", la preocupación central del capítulo pasa a ser el pene.
Al llegar del hospital con su mujer, todos en el lugar susurran sobre el caso; una representación fiel del pueblo brasileño. "Vayanse a buscar un empleo", habla la justiciera, evidencia el grado de desocupación de la gente.
El final del capítulo satiriza el fuente de felicidad de las personas... El final feliz es un pene mucho más grande que aquél que tenía el marido antes. En la cirugía, los médicos han puesto el pene de un hombre negro en el lugar de aquél que fuera dañado con el cuchillo.
Si la intención del autor fue producir algo crítico, lo tuvo bien hecho. Si no lo fue, la obra sigue siendo bastante útil para la sociedad brasileña. El estilo del humor de "As Brasileiras" retoma el pasado: los "autos" (en Portugal) - producciones teatrales a través de las cuales el público sonreía de sus propios hábitos, costumbres y piensamientos, aún incluso no percebían eso. De esa manera, la obra sirve como un espejo, reflejando lo que es brasileño. Reflejos son importantes para reavaliar sus propios conceptos de vida, sus actitudes, sus valores... Una preparación para cambios sociales.