sexta-feira, 23 de setembro de 2011

MUROS SOCIAIS: SUJEIRAS PARA DEBAIXO DO TAPETE E DO CINISMO

No televisivo "Café Filosófico", a bailarina Dani Lima defendeu a ideia de que o espaço é a materialização da forma como os indivíduos percebem o mundo. Os muros validam essa formulação quando mostram a concepção de divisão social que está internalizada na mente dos que dividem e dos que são divididos, algo tido como ideal.
Dizer que a divisão social é uma fatalidade, algo que sempre ocorreu e ocorrerá é uma verdadeira ideologia que esconde o fato de que foi o homem quem construiu esse fator da sociedade. Muros como os dad fronteira mexicano-estadounidense ou dos enclaves fortificados ou mais conhecidos como "condomínios de luxo" foram feitos por humanos a mando de alguém ou de "alguéns".
Esses "alguéns" arquitetaram isto por considerá-lo como ideal. Afinal, para Jean-Paul Sartre, os indivíduos tomam atitudes construindo um perfil que onsideram como ideal, fazendo aquilo ue acham, mesmo implicitamente, que qualquer ser humano deveria fazer em seu lugar.
No caso dos muros, a "idealidade" reside no se isolar dos problemas sociais, da violência "lá fora" e, dentre outros fatores, da resolução dos problemas considerados "dos outros", como a marginalização urbano-espacial. Esse quadro é mais evidente com os "condomínios de luxo".
Esse panorama mostra nada mais e nada menos do que um apostura de comodismo à sua zona de conforto, principalmente em se tratando das elites. De fato, a construção de um muro na fronteira da Cisjordânia com Israel "reduziu" o número de de ataques por homens-bomba no lado israelense. Entretanto, a oposição a ele alega que ele concretiza a segregação social e incitá-la ainda mais ao ódio.
Mudando a disposição espacial, a forma de perceber dos indivíduos é forçada a ser alterada. Proibir a construção de muros é uma forma de fazer com que as pessoas da elite se vejam afetadas e obrigadas a um engajamento social, lutando por seus interesses, os quais, no fundo, são os de todos, como, por exemplo, a paz.

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