terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O COMBUSTÍVEL DO HOMEM


Em época de encerramento de ano, talvez não haja tema tão bem aplicável à data quanto aquilo que move o homem... Diz-se que "a esperança é a última que morre". De fato, ela serve como elemento de motivação na vida do indivíduo, fazendo com que este, mesmo diante de obstáculos, mantenha-se forte. Entretanto, esse não é o quadro mais comum dentre as pessoas como um todo.
Diante de uma reprovação em algo que eu desejava muito, a decepção me cegou de inúmeras perspectivas que a vida oferecia e ainda oferece. Foi como se eu estivesse eliminando possibilidades por entender que só um caminho era válido para atingir minha então grande meta. Foi através de, dentre outros discursos, o de Içami Tiba, grande educador, que consegui me recompor e enxergar a imensidão da vida. Em uma citação dele, feita por minha tia, Rita, também grande educadora, que a motivação voltou a existir em mim: muitas vezes, insistimos em apenas uma porta quando outras estão se abrindo para nós.
Trata-se de um suporte que muitos não têm a oportunidade de ter e, por um somatório de fatores, acabam caindo na depressão.
Esta é catastroficamente prevista como a doença do século. Segundo a psicanalista Maria Rita Kehl, o depressivo não tem a perspectiva de um depois, da concretização futura de algo que deseja. A esperança é um elemento que falta em sua vida de modo que ele só vive – se é que esse termo pode ser aplicado – o presente, sem IMAGINAR um depois.
É nessas situações que se entende a importância da interação entre estes três fatores: a imaginação, a esperança e a consequência dos dois, a motivação.
Viver sem imaginar é viver por viver, segundo as palavras de alguns ditos ex-depressivos. A criança constrói seu mundo fascinante através da imaginação. O que seria da humanidade se alguém não tivesse imaginado o homem rompendo a fronteira da Terra com o espaço? Ou se alguém não estivesse motivado a entender os elementos da terra, quando, mais tarde, a tecnologia do raio X se tornou tão útil para assegurar a saúde humana?
Por experiência própria pude ver que qualquer discurso lógico e que toda a razão acumulada ao longo de uma vida não têm validade nenhuma se um elemento não estiver estruturado: a esperança, a base de toda a cognição e ação humana.
Para abdicar da obstrução causada por uma decepção da qual minha percepção foi vítima foi necessário desprender-me de preconceitos e talvez seja isso o que falta nessa humanidade que caminha para a deprimência.
Hoje, lembro de algumas piadas de colegas meus e discordo de suas palavras. Dizem eles: “a esperança é a primeira que morre”. Reluto em acreditar que estejam certos. Se, de fato, isso fosse verdade, duvido muito que alguém ainda atingisse uma conquista, que alguém ainda tentasse alguma coisa na face da Terra. Recordo-me que ao ler “Rumo ao infinito”, de Salvador Nogueira, a parte que julguei mais interessante foi (em referência à exploração espacial): “ o que Krugman sugere já está sendo feito, mas do único jeito possível – arriscando e aprendendo com os erros”. Para a tecnologia espacial dar certo, o único jeito é tentar. Foi essa a ideia defendida no trecho... O que parecebe óbvio demais, mas é genial! Daí, a improcedência, no meu ponto de vista, do discurso de meus colegas: se há gente tentando é porque a esperança, de fato, ainda não morreu, pois para tentar é imprecindível que ela exista.

A VOCÊ, UM NOVO ANO OU UM NOVO PERÍODO DE ESPERANÇA, POIS ELA PODE SER O SENTIDO DA VIDA!

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