segunda-feira, 22 de agosto de 2011

AS VÉRTEBRAS BRASILEIRAS





Em um ano do desmembramento do Pará em discussão e possível fim das ações armadas do ETA na Espanha, volta a discussão sobre os bairrismos existentes no Brasil, principalmente o movimento O "Sul" é o Meu País, do qual discordo plenamente.


A palavra "sul" aparece entre aspas anteriormente para evidenciar ironicamente um mau hábito que se tem de tomar uma parte do sul como se ela constituísse a região como um todo; o Rio Grande do Sul. O bairrismo sulista e sentimento separatista são relacionados majoritariamente com aquele estado brasileiro. Quando se fala em o Sul é o Meu País, "meu" se refere a quem? Paraná e Santa Catarina estão incluídos nesse pronome? Ou ele é uma mostra de uma ideologia por trás de um discurso que visa, na verdade, a supremacia do estado gaúcho sobre os outros sulistas, usando um falso argumento de comunidade sulista para persuadi-la em relação à sua "causa", quando o maior e praticamente único interessado é o próprio Rio Grande do Sul?


Isto é uma especulação, que fique claro, pois me parece muito tendencioso esse discurso bairrista que toma a parte como todo. Se olharmos para o Paraná, um estado mais cosmopolita em relação aos outros sulistas e também de fronteira - o que, de certo modo, rebate a ideia de que o bairrismo é gerado pela fronteira, não há essa questão tão em foco. É justamente nele que se vê a grande invalidade e inviabilidade de uma possível separação do Estado brasileiro. A começar pela forma de viver e pensar do paranaense, principalmente no que toca as cidades de Londrina, Maringá e, de certo modo, Foz do Iguaçu. Não há sentimento de pertencimento a uma terra. A cultura destes locais está mais uniformizada em relação à São Paulo e, por consequência, ao sudeste do Brasil. O sotaque é parecido com o interior de São Paulo - até uma possível herança do período em que o Paraná pertencia ao estado paulista.


A presença de estudantes paulistas que prestam vestibular na UEL e na UEM é maciça. O governo do Paraná exige, por lei, que os vestibulares cobrem 20% das questões de História e Geografia sobre o estado. No entanto, se analisarmos as questões enquadradas nesta condição no último vestibular da Universidade Estadual de Londrina, elas se referem a problemas presentes em qualquer grande metrópole brasileira, apenas mencionando o nome da cidade, mas que, seria facilmente subtituído por Campinas, por exemplo; uma tendência mais universal. Diferente das universidades gaúchas, que, neste caso sim, tentam barrar a entrada de quem provem de outros estados, através de questões extremamente voltadas para o contexto da região.


Sobre o fato de a constituição étnica do sul ser uma realidade à parte da do restante brasileiro, é evidente que há comunidades isoladas, os quistos raciais, compostas, muitas vezes, por alemães ou italianos, como a cidade de Marechal Cândido Rondon. Entretanto, elas são muito pequenas em termo de população absoluta, o que acaba por não caracterizar a população da região como tal.


Pegando um gancho no discurso de que esta região é um lugar culturalmente desintegrado do resto do país, vê-se ainda no norte do Paraná o reforço da inviabilidade da separação em questão. Esta região foi colonizada por NORDESTINOS, MINEIROS e PAULISTAS. E, então, vem-se dizer que há uma realidade cultural distinta? Isso não faz o menor sentido... É a prova histórica de que essa região adotada ideologicamente como isolada do país não o é. Pelo menos não na sua totalidade. Como é que se pode falar em separação, sendo que historicamente essa parte está ligada às outras do país?

A seguir, tem-se no Rio Grande do Sul a maior concentração de praticantes das religiões AFRO-BRASILEIRAS da nação. Novamente; cultura DISTINTA?


A própria presença nordestina foi crucial na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, pessoas que, depois da construção, desempregadas e longe de suas terras natais, acabaram se fixando em Foz do Iguaçu e contribuindo para a formação do perfil do iguaçuense.


Em vista dos fatores apresentados, vê-se no discurso "O sul é o meu país" um conjunto de ideias ultrapassadas. Além do mais, se tomarmos como elemento de discussão o fato de que a riqueza é gerada pelas empresas e que as empresas com o capital acabam subordinando os governos a seus interesses de modo a configurar a realidade a seu favor, a configuração territorial do país é a mais favorável a elas. Os impostos que teriam que ser pagos pelo sul em relação às outras regiões para as exportações seriam desfavoráveis, caso o separatismo se concretizasse. Há um fluxo intenso entre as capitais. A tecnologia gerada em Recife e em Florianópolis que se entrelaça e se difunde é patrimônio do país.


O Brasil é rico pela MISCELÂNIA cultural que apresenta, um grande prato de sabores e variedades que são resultado da INTERAÇÃO de todos os tipos de ingrediente. Dentro desse quadro, tirar algo e tornar o prato menos especial. Mesmo na questão mais concreta possível, a econômica, trata-se de algo totalmente inviável. Grande parte da população brasileira torce para o BRASIL na Copa do Mundo, nas Olimpíadas. Torce para a Miss Brasil no Miss Universo - independentemente da região de onde ela é (algo até pouco questionado pelos brasileiros)... O Brasil assiste às mesmas novelas, aos mesmos realities show e sobre eles discute no dia seguinte. Ele adere à moda que a televisão transmite. A portoalegrense e a soteropolitana usam as mesmas roupas no verão. É evidente que há subculturas espalhadas por todo o canto, mas há uma cultura maior que as abarca e faz com que um brasileiro se identifique com o seu país e o assuma como seu. O Paraná, um estado "do" sul, não é diferente e se diz brasileiro a qualquer um que perguntá-lo sobre sua origem.

sábado, 20 de agosto de 2011

(CO)DOMINANCIA CULTURAL: HISPANOHABLANTES

Uma das localidades mais chamativas do mundo quando o assunto é integração artística é a América Espanhola, principalmente quando o assunto é música. É um fluxo de cantores e cantoras, atores e atrizes e diversos outros artistas de um país para outro. Encontra-se uma dificuldade grande em determinar a origem dos ritmos musicais, quando estes romperam por total as fronteiras políticas de cada nação e se manifestam como fenômenos transnacionais. O que explica essa singularidade? Por que a cultura brasileira não assumiu esse caráter irradiador como a hispanoamericana? Afinal, o Brasil é superior em tamanho e população absoluta em relação a qualquer país da América Latina... Contudo, não conseguiu estabelecer uma relação nem de dominância cultural tampouco de intercâmbio entre elas e as nações lusófonas.
De bibliografia para bibliografia, os ritmos musicais como a salsa, o merengue, a cumbia, o cha cha cha, e, mais recentemente, o reggaeton, têm cada um origens diferentes (de acordo com a investigação), o que não agrega muito valor, pois todos se manifestam em praticamente toda a América Espanhola. Nas festas do México, de Cuba, da Colômbia e do Paraguai, todos estão presentes. É uma mostra de uniformidade e, ao mesmo tempo, integração cultural, quando se irradiaram de um país para o outro, readaptando o estilo e o devolvendo para o país "de origem" como produto da América.
O Grammy Latino, evento musical de premiação mais renomada no âmbito da música latina, apesar de englobar no nome todos os países latinos, tem quase um monopólio de categorias e artistas relacionados ao mundo hispanohablante.
A cantora espanhola Bebe se apresentou nos últimos anos no México e na Argentina e é esperada por fãs em outros países da América. As mexicanas Julieta Venegas e Paulina Rubio já cantaram várias vezes na Espanha. O fluxo da arte é constante entre essas localidades. A televisão é o grande veículo deste fenômeno, apesar dos exemplos anteriores não serem tão respaldados por ela como o que se mencionará. Artistas como Bárbara Mori (atriz uruguaia), Sebastián Rulli (ator argentino), Angelique Boyer (atriz francesa), Gabriela Spanic (atriz venezuelana), Michelle Vieth (atriz "americana"), Belinda (cantora originalmente espanhola) são todos oriundos de outros países que, não obstante, atuam no México. A trilogia das Marias, protagonizada pela atriz e cantora Thalia - Maria Mercedez, Marimar e Maria do Bairro - foram sucesso em todo o continente e em outras regiões do mundo, sendo exibida em mais de 80 países. Os humorísticos de Roberto Gomes Bolaños, como Chaves e Chapolin Colorado (além de outros sucessos) são conhecidos por todos os americanos. A banda masculina portorriquenha Menudos obteve êxito em toda a América, na década de 90. O exemplo recente mais emblemático é o extinto grupo musical mexicano RBD, que durou de 2004 a 2008, se apresentou em diversos países, caracterizando-se por ser uma febre por todos os países por onde passou e, em função de seu sucesso, cantando no Miss Universo 2007.
Quanto ao intercâmbio lusófono, em programas de auditório portugueses de grande audiência se vê um caso mais restrito de artistas brasileiros como atração da programação. Já no caso dos programas espanhóis, há um fluxo maior dentro da arte hispanoamericana.
É fato que há todo um investimento por trás dessas produções, muitas delas respaldadas pela gigante Televisa, já experiente no mundo das telenovelas e da música a elas atrelada ou não, possibilitando um grau maior de abrangência de suas produções. Neste último caso, há um interesse em financiar até certo ponto a música que sai das telinhas para os palcos da vida real. No caso das redes de TV brasileiras, houve tentativas como os extintos Rouge e Br´oz, lançados pelo SBT através de programas televisivos. Entrentanto, apesar do sucesso nacional, eles não romperam os limites fronteiriços do Brasil, o que provavelmente não vai acontecer com o a agrupação musical oriunda da versão brasileira, produzida pela Rede Record, de Rebelde.
E então vem o questionamento: por que as manifestações artísticas de língua espanhola se irradiam mais do que as brasileiras? Somos tantos - em população e em diversidade de ritmos musicais e manifestações culturais, e, por mais que as produções ficcionais brasileiras sejam de alta qualidade, elas não conseguem se destacar como as hispânicas nos diversos países onde são exibidas.
Pode-se dizer que a língua é o maior obstáculo, pois são apenas 8 países que, no mundo, falam portugues, enquanto que o espanhol é falado por mais de 20 nações. Só que esse argumento é, em parte, rebatido quando analisa-se o sucesso que a novela Rebelde fez no Brasil, na Romênia, na Croácia, na Sérvia e na Eslovênia, países que falam uma língua diferente da qual a novela foi produzida. Seria possível dizer que o caso dos artistas estrangeiros que trabalham no México acontece porque não há diferenças grandes no sotaque do extranjero. Sem embargo, é notável para um venezuelano o acento de quem vem da Argentina, por exemplo, ou de quem vem da Espanha. Então, um ator brasileiro que trabalhasse em Portugal, não seria muito diferente, ainda que, realmente, a distância fonética do português brasileiro e do português angolano, moçambicano e português (estes três últimos sendo muito próximos NO SOM), seja maior que a do espanhol dos países latinoamericanos entre si e entre a Espanha. Temos um caso famoso no Brasil, o do ator português Ricardo Pereira. Outro ator é o mexicano Chico Diaz. Fora esses não me recordo de nenhum.
O que flui entre os países e vem de fora para o Brasil se dá e é a regra. Contudo, o que flui do Brasil para fora é a exceção quando se fala em modas artísticas, vide os exemplos mencionados. E não se pode dizer que o que explica isso é o subdesenvolvimento da nação canarinho, que "o pobre foi doutrinado a acreditar que o é do rico é melhor" pois o México e a América Central são grandes irradiadores e também são subdesenvolvidos. Está por trás disto o Complexo de Subdesenvolvido do qual o brasileiro sofre. É uma herança ideológica da história deste país. Ao decorrer da colonização portuguesa, se manteve até o 1808 - ano da chegada da família real portuguesa, o Exclusivo Comercial ou Exclusivo Metropolitano, uma medida protecionista de Portugal que restringia o comércio da colonia, de modo a fluir a matéria-prima daqui para Portugal e de lá para cá a manufatura, quase unicamente desta forma. Assim, o que havia de "novidade" era realmente aquilo que chegava de fora, pois a produção industrial brasileira era proibida de acontecer, até por insegurança portuguesa de uma possível concorrência da colônia com a metrópole. Também esta se deu assim como também uma medida protecionista por parte de Portugal. Esta situação se manteria até o século XIX, em 1808 com a abertura dos portos - havendo, então, mais variedade de produtos estrangeiros na terra brasilis e em 1846, quando o primeiro surto industrial do Brasil, comandado por Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, despontou. Dessa retrospectiva, ve-se que a História vem a influenciar a construção e funcionamento da cultura brasileira que, por sua vez, ajuda a explicar esse panorama restrito do fluxo internacional musical e televisivo da arte brasileira.
No caso da América Espanhola, a Espanha montara uma estrutura comercial nas colônias que permitia a atuação de outros países da Europa, o que contribuiu para não criar ou não manifestar tão intensamente, por exemplo, o Complexo de Subdesenvolvimento em países como o México. É evidente que o nacionalismo da Argentina e do México tem a ver com a personalidade de seus respectivos povos, a miscigenação pouco expressiva que os caracteriza. Isso contribui para ajudar a irradiar suas culturas, pois elas vêm definidas, o não inferiorizá-las e o lutar para mantê-las.
Vale ressaltar a importância da atuação de Simón Bolívar na luta pela homogeneização da América Latina e, então, implementação de uma única nação. Seu papel ajudou a construir na percepção dos indivíduos latinoamericanos envolvidos a ideia de um conjunto uniforme.
É inegável que forte tradição católica contribui para formar na América Espanhola laços muito fortes entre seus povos; já que são ferrenhamente cristãos. Basta assistir qualquer cena de um melodrama mexicano para ver alguma oração à Virgen de Guadalupe, ou alguma personagem chamada Guadalupe, ou apelidada de Lupita - uma redução de Guadalupe.
A miscigenação histórica dos países latinoamericanos não se deu tão intensamente, isto é, entre muitos povos. Ela ocorreu basicamente, na maior parte dos casos, entre nativos e espanhóis. Isto faz com que haja mais uma homogeneização maior em relação ao Brasil. No caso brasileiro, o qual o escravo teve participação intensa na construção do perfil da identidade brasileira. Além disso, a incorporação da genética de vários povos europeus e dos japoneses a partir do século XIX com as imigrações substitutivas de mão de obra escrava fez com que se criasse no nosso país um perfil muito particular e diferente do de qualquer outro lugar do mundo, o que de certo modo nos isolou culturalmente, principalmente dos outros latinos e, ao mesmo tempo, nos aproximou um pouco de todos (o resto do mundo).
O consumidor da arte gosta de ver que ela está próximo a ele. Esse argumento dá validade aos últimos casos enunciados no intuito de explicar a maior abrangência da cultura hispânica e seus impactos no mundo.
Esta é uma discussão importante, pois envolve a postura dos indivíduos em seu cotidiano, canalizando suas atitudes para a criação de um povo mais autêntico, mais confiante de si e, portanto, mais seguro. Sabe-se que o inseguro é vulnerável. Portanto, ter-se uma nação mais autoconfiante e mais segura é um caminho a constituir um povo menos manipulável e, por conseguinte, menos suscetível a enganações e injustiças sociais.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

TO DIE "A HUNDRED TIMES"

Encontrada morta em sua casa no dia 23 de julho, Amy Winehouse é mais uma vez um sinônimo de resgate. Destaque por resgatar o blues, o soul e o jazz, só que, de forma original, adaptando-os ao pop, desta vez, seu nome significa um resgate da ampla discussão sobre a droga como materialização da ideia de que a sociedade, ou pelo menos parte dela, já não aguenta mais existir. Estaria a sociedade cansada de viver, de ter que sê-la?



Em foco, o surgimento de novos entorpecentes com potencial de destruição cada vez maior. Uma certa vez, achei impactante o título de uma matéria do Folha; óxi, a pedra de dois reais. Veio a surpresa quando eu soube que até querosene faz parte de sua constituição química. Ele vem se tornando um vício expressivo por ser uma droga barata e ainda mais destrutiva que o crack. Pior ainda foi descobrir um tal de coaxial, um antidepressivo que na Rússia ganhou papel de droga injetável. As consequências são absurdas; partes do corpo do indivíduo entram em necrose.


O ser que visualiza esse resultado e adere ao entorpecente nada mais faz do que exemplificar a ideia sustentada aqui, a vontade de se autodestruir. Por que essa angústia? O que há por trás desse contexto?


Arthur Schopenhauer diria que o que explica essa situação é a dor existencial. Para o filósofo alemão, a dor é parte natural da existência do homem. Neste caso, ao não conseguir extrair uma satisfação da própria realidade, o indivíduo recorre a métodos artificiais para tanto. Cria-se uma atmosfera de fantasia ou de distração, através da qual a ilusão da inexistência do problema é um dos fatores que alimentam o vício. Consegue-se não pensar na problemática. Daí a ideia de fuga, da droga como válvula de escape. Foi a postura que, na literatura, o Romantismo tomou.


Na segunda fase do movimento, o mal do século - que deveria ser entendido como mal dos séculos (no plural), frente à realidade que ele ainda é, encontra na fuga da vida (evasão) ou da sua condição social (escapismo) a solução para os problemas.


O maior problema de tudo isso é que, ao contrário do que dizem muitos viciados, tentando legitimar seu vício ao dizer que a destruição é apenas de si, ela se estende à todos os indivíduos que vivem ao seu redor. Quando Amy abusava da cocaína, também estava matando seus pais, enxendo-os de dor, de angústia e de depressão.


Este caso e o de muitas(os) Amy's é o da imaturidade ou suporte psicológico fraco, além da dificuldade de percepção das dimensões de suas ações. Resolver um problema como este requer medidas muito amplas e complexas, a começar pela educação.


Quando ela estimula muito pouco o aluno a integrar conteúdos e trazer sua experiência para a sala de aula para análises, ele não desenvolve adequadamente seu senso de autocrítica e percepção do ambiente. Pensa-se em jovens de países que tem educação forte que, no entanto, sofrem do mal das drogas. Contudo, no caso da Inglaterra, por exemplo, as experiências do estudante não viram foco de análise nas aulas. Situação diferente da francesa, na qual os alunos têm aulas práticas constantemente. Ou da finlandesa, na qual aprende-se, desde cedo, a lidar com situações cotidianas, como trocar lâmpadas. Integra-se o conhecimento teórico ao prático. Não é à toa que são estas duas últimas sociedades mais equilibradas, pois a capacidade de percepção foi aguçada desde cedo.


No caso brasileiro e da maior parte do mundo, o conhecimento prático e o teórico apresentam-se fortemente dissociados aos estudantes e, ainda por cima, superficiais, pois não conseguem enxergar a viabilidade dos conhecimentos aprendidos e sua relação com eles. Assim, o perceber desse indivíduo já é afetado desde 0 início. São poucos os alunos que conseguem integrar o que aprendem. Os vestibulares vêm apresentando uma tendência a tentar aguçar esse lado na mente estudantil. As consequências serão observadas à medida que isto se acentuar.


Não obstante, é evidente que a reestruturação da educação como um todo é necessária, da preparação do professor até a incrementação de novos padrões de educação nas diretrizes do MEC, no caso brasileiro.


Mesmo assim, há quem diga que a angústia e a depressão são naturais do ser humano, como o filósofo dinamarquês Kierkegaard. Por não conseguir respostas satisfatórias acerca das dúvidas do homem em relação ao mundo, ele se desespera e se sente menos. De qualquer forma, a busca por soluções, diante de qualquer perspectiva pessimista, é uma postura ética. Para Schopenhauer, mesmo diante da ausência de sentido na vida, deve-se fazer o esforço para o bem - uma atitude ética. É fato que, pelo menos, amenizar a doença social é possível, diante de mudanças quanto à maturidade dos indivíduos e assim evitar que mais pessoas morram uma centena de vezes, como a realidade de Winehouse na música Back to Black.